A EDUCAÇÃO DO CAMPO, A LUTA PELA TERRA E A (RE)PRODUÇÃO CAMPONESA NO MUNICÍPIO DE GOIÁS-GO. Autora: Dorcelina Aparecida Militão Moreira
A EDUCAÇÃO DO CAMPO, A LUTA PELA TERRA E A (RE)PRODUÇÃO
CAMPONESA NO MUNICÍPIO DE GOIÁS-GO
Dorcelina Aparecida Militão Moreira
RESUMO
Os propósitos da Educação do Campo nascem junto com a luta pela terra, em decorrência do
processo constitutivo da sociedade brasileira que sempre negligenciou as populações do
campo. Percebendo-se como sujeitos de direitos, os camponeses começam a lutar pela
educação do campo dentro dos acampamentos do MST, na década de 1980, justificada pelo
direito de todos de acesso à educação e pela qualidade de ensino ofertada, devendo ser de
acordo com as especificidades da classe camponesa. Naquele contexto, no Município de
Goiás, existiam no campo só escolas multisseriadas e desestruturadas, destinadas apenas à
primeira fase do ensino fundamental. No decorrer dos anos e com a persistência dos
movimentos sociais, intensificou-se o processo de luta pela terra e também ampliaram-se os
debates sobre a Educação do Campo, nos espaços acadêmicos, políticos e legislativos. Em
2015, existem, no Município de Goiás, 23 Projetos de Assentamentos com 722 famílias
assentadas que lutam pela educação e pela permanência da vida no campo. Este trabalho
buscou compreender as relações existentes entre a Educação do Campo, a luta pela terra e a
reprodução camponesa no Munícipio de Goiás, após 30 anos de reforma agrária e identificar
os principais avanços e desafios vividos pelos sujeitos do campo como atores principais do
processo educativo. Nesse sentido, foram realizados estudos documentais, pesquisas e
observações nas escolas-polo, situadas no campo, e na Escola Família Agrícola de Goiás –
EFAGO; buscou-se também conhecer o Curso de Formação de Professores, na modalidade de
Educação do Campo, ofertado pela Universidades Federal Goiás. Os resultados da pesquisa
demonstraram que, no decorrer destes 30 anos, muitas conquistas foram realizadas e que a
existência de escolas no campo, próximo as comunidades, bem como o projeto de Educação
do Campo são sinônimos de resistência camponesa. Porém, ainda há muito o que se
conquistar, tanto nos aspectos estruturais, quanto nas questões pedagógicas, necessitando-se,
assim, de articulação política das famílias para a elaboração de um projeto educativo pautado
na consciência de classe, nas relações de trabalho e na organização e luta das famílias
camponesas, visando à efetivação da cidadania e à sustentabilidade econômica, ambiental e
social no território camponês.
Palavras-chave: Escola do campo. Família camponesa. Direito à educação. Goiás
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https://repositorio.bc.ufg.br/tede/bitstream/tede/5569/5/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20-%20Dorcelina%20Aparecida%20Milit%C3%A3o%20Moreira%20-%202016.pdf
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