Vida, formação e educação: o curso de Pedagogia da Terra da Faculdade de Educação da UFG

Dissertação de Denise Elza Nogueira Sobrinha,  apresentada  ao Programa de Pós graduação em Educação da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Goiás para obtenção do título de Mestra em Educação.Orientadora: Profª  Drª  Ruth Catarina Cerqueira Ribeiro de Souza. Linha de Pesquisa: Formação,  Profissionalização Docente e Práticas Educativas.


Resumo -  ( retirado na integra do trabalho)

Este trabalho se insere na linha de pesquisa Formação, Profissionalização docente e Práticas educativas. Trata-se de uma pesquisa, realizada com base no método Materialista Histórico Dialético, em uma abordagem qualitativa e em uma concepção crítica de educação. O objetivo geral da pesquisa consistiu em compreender a relação entre formação e subjetividade na formação de professores e sua complexidade no 
processo formativo. Seus objetivos específicos foram: investigar sentidos subjetivos materializados por meio das emoções e dos sentimentos, como expressões da afetividade e a sua vinculação, no processo formativo, ao processo cognitivo, (re)velados no processo de formação inicial e continuada de professores, neste caso, dos sujeitos que participaram do curso de Pedagogia da Terra da FE/UFG - turma Salete 
Strozake, no período de 2007 a 2011; apreender e analisar concepções pedagógicas e experiências de ensinagem ocorridas no referido curso e as repercussões que estas podem produzir na formação de professores. Esse curso foi fruto de um convênio entre a Faculdade de Educação da Universidade Federal de Goiás (FE/UFG) e os seguintes parceiros: Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Programa Nacional de Educação nas Áreas de Reforma Agrária (Pronera) e a Via Campesina, liga 
internacional de camponeses, que,  nesse curso, foi representada pelos seguintes movimentos sociais do campo e pastorais: Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e, ainda, pelo Movimento Camponês Popular (MCP), que, naquele momento, não fazia parte da Via Campesina, Pastoral de Juventude Rural (PJR) e Comissão Pastoral da Terra (CPT.) O 
tipo de pesquisa escolhido foi o estudo de caso e os instrumentos utilizados para a coleta de dados foram questionários, entrevistas narrativas e grupos de discussão. As categorias de análise da pesquisa foram: Afetividade e Cooperação, Ideário Pedagógico e Trabalho. Os participantes da pesquisa foram 59 educadores-passarinhos do referido curso. A formação nele desenvolvida foi marcada por contradição e resistência, tanto da sociedade como dentro da própria universidade,  que não aceitavam o curso, mas 
também pela resistência dos próprios estudantes do curso, que se uniram e construíram ações contra-hegemônicas ao paradigma urbano e generalista, à  história única que enfatiza o campo como lugar de atraso e do não saber, à discriminação que sofreram no espaço universitário, tudo isso inserido em lutas muito mais amplas contra o imperativo do capital.  O trabalho formativo desenvolvido no curso foi também marcado pela indissociabilidade entre os aspectos afetivos e cognitivos, pela dimensão da sensibilidade e da solidariedade na formação docente, pela valorização dos conhecimentos prévios do corpo discente pelos professores do curso, por um processo de metacognição dos estudantes e por experiências de ensinagem.

Palavras-chave: Pedagogia da Terra. Formação de professores. Subjetividade. Sentidos 
subjetivos. 

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